quarta-feira, 18 de junho de 2014

Perdido no tempo

Os dias passam, mas não os vejo. Só sei do amanhã. Lembro sem muito saudosismo do ontem. Nunca percebo o hoje. A saudade é de um passado remoto e o desejo está em um futuro distante. Ao agora, resta o efêmero ato de respirar. Banal. Há muito não fico sem ar, seja por doença ou amor. Aliás, todas as reflexões escorregam até o traiçoeiro precipício da paixão. É minha única certeza do ontem, do hoje e do amanhã.

Hailton Andrade

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