terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Sentimento em curso

Ela chegou depois
Mas em tempo
É sempre tempo

Eu demorei até demais
Mas parei, pensei
É só dizer: 'ei'

Ela sorriu pra mim
Mas não tinha maldade
É cordial fazer amizade

Eu logo percebi
Mas depois me perdi
É assim desde que cresci

Ela sequer sabe
Mas isso é só o que penso
É melhor não ser tenso

Eu corri atrás
Mas temo perder o ritmo
É difícil do jeito que vivo

Ela encanta, se encanta
Mas o segredo é o esboço
É um amor sem esforço

Eu preciso me adiantar
Mas de maneira que fique bem
É um passo meu, de mais ninguém

Hailton Andrade

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Escolhas do tempo

A noite caminha para manhã
O passado se foi, mas insiste
Vive e pretende se estender
O presente que se cuide
A perseguição é implacável
Só não pode correr

Sem pressa para o futuro, por favor
Isso não é algo bom de ter
Tira a vontade do passado
O recente, apenas
Quer o presente, projeta futuro
Às vezes deixa de viver

O atropelo é inevitável
O desejo sofre até ser passado
Na rotina do tempo
Ninguém manda
Mas existem algumas saídas
Há sempre como escolher

Hailton Andrade

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A moça bonita e o covarde

Hoje eu vi a moça mais bonita do mundo. Pensei em dizer ao menos que seus cabelos são os mais belos que já vi, mas como de costume eu fui covarde e nada falei. O fato é que eram. Jamais vi ondas tão perfeitas, com balanço tão poeticamente ritmado. Não seria leviano afirmar que nem o mar conseguiria imitar a dança natural que aqueles fios negros faziam. Difícil notar imperfeições tão acertadas quanto aquelas, as ondas. Mesmo sem tocá-las, pude saber pelo olhar que a maciez daqueles belos cachos lisos não se comparam. Nem a neve mais primavera ou a areia mais fofa simulariam tanta delicadeza. No rosto, faltou apenas o sorriso. É compreensível, porque ela riria sem motivo dentro de um ônibus depois de uma famigerada segunda-feira sem uma praia para relaxar? Nada disso pode ter passado pela cabeça dela, mas gosto de imaginar que ela goste do mar. Se por um lado não havia riso, pude notar que nela existe maturidade com lancinantes expressões de ingenuidade. Ah, ela é mesmo a mais linda. Na volta para casa, não me sai da cabeça o arrependimento. Eu deveria ter dito alguma coisa, por mais que fosse me sair um idiota. O que vale é que no fundo seria verdade. Talvez até toda essa prosa tivesse um final feliz. Não que um romance fosse surgir, mas provavelmente a história seria mais interessante para contar. Aqui só posso descrever a beleza de uma moça, que sequer sei precisar a idade, e a falta de atitude de um cara sem coragem como eu. Para mim já não importa. Esse pensamento logo sairá da minha cabeça. Há o lado positivo, pois vi aquela que é a mais bonita do mundo, como disse lá no começo. Disso não posso me gabar, é verdade, mas também não posso só lamentar. Eu a vi, de verdade. Se um dia eu tiver sorte, quem sabe não a vejo de novo. Só espero que caso isso aconteça eu esqueça que hesitar é pior do que errar. Arrependimento por falta de ação incomoda bem mais. Caso vejam a mais bonita, me avisem. Vocês vão saber quem ela é, a moça mais bonita do mundo.

Hailton Andrade

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Olhos, agonia e atenção

Meus olhos ardem
Como se me contassem algo
Chamando a minha atenção

Parece que estou perdendo algo
Eles viram, mas eu não
Me passei na mudança

Perdi alguma coisa
Agora tento descobrir em vão
O que será que aflige minha visão

Doer não dói, dá agonia
Suporto, mas lamento
Nem posso perguntar

O que aconteceu?
Sei não, nem vou saber
A única espera é pelo fim do arder

Hailton Andrade

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Para ela

Eu quero uma pedra
Para riscar meu coração
Preciso dela
Para machucar a dor
Uma pedra
Para enfeitar minhas ideias
Inglesa
Para me servir de inspiração
Pedra
Para que várias rolando?
Só quero ela
Para mim, basta uma cantando

Hailton Andrade

domingo, 25 de agosto de 2013

Entrevista "resgatada"

Tive a oportunidade de entrevistar um dos meus maiores ídolos da música em 2010, antes de um show dele em Salvador, no TCA, ao lado do grupo MPB-4. Foi uma apresentação e tanto. Antes, tive a chance de acompanhar a passagem de som e falar pessoalmente com ele: Toquinho. Infelizmente, durante a mudança do portal iBahia em 2011, essa entrevista se perdeu pela web. Por mais que encontre o link, não consigo abrir o texto. Não faz mal. Como costumo guardar as coisas por bastante tempo, achei o email na minha caixa de entrada com a entrevista salva e resgato aqui. Pra completar, anexo um vídeo que fiz lá no TCA. Só este ano já vi dois shows de Toquinho em Salvador. O terceiro vem aí... Quem sabe não rola uma nova entrevista. A antiga tá aí!

Toquinho, há quanto tempo você não faz um show em Salvador? É o mesmo período sem pisar em terras baianas?
Tenho ido quase todos os anos a Salvador. Quando passa um tempo maior, sinto falta da convivência com essa terra mágica e de sua gente cheia de requebrado. Logo estaremos por aí curtindo essa atmosfera iluminada e calorosa. Estive aí no TCA em outubro do ano passado para um evento corporativo. 

Como surgiu a ideia de fazer este show junto ao grupo MPB4 e gravar o disco?
Surgiu há uns três anos, de uma forma até casual. Abriu-se uma oportunidade para um show e eu queria mostrar algo diferente. Sugeri ao grupo essa nossa junção num espetáculo, e eles toparam logo. E desde o primeiro show, o público passou a vibrar com o repertório e com a maneira intimista com que desenvolvemos o show, apresentado em muitas cidades do país. 

E a reação do público, é muita coisa boa pra se recordar, né?! 
O público gosta de ouvir e de cantar junto os grandes sucessos da MPB. E o que não falta no show são sucessos, verdadeiros clássicos da música brasileira que fazem a vibração conjunta, tanto de nós, artistas, quanto da plateia. É uma delícia.

Neste show dos 40 anos de música, o repertório é bastante variado. Tem Dorival Caymmi, Chico Buarque, Vinicius de Moraes, músicas voltadas para o público infantil... O público baiano pode esperar alguma surpresa, algo especial, deste show no Teatro Castro Alves (TCA)?
Nunca se sabe, às vezes depende do próprio público. Temos material de reserva tão bom quanto o apresentado durante o espetáculo.

Aqui em Salvador, você passou algumas temporadas. Além de compor canções, fez belas homenagens à capital baiana. Qual a sua relação com a cidade? Mantém muitos amigos? A capital pode ganhar mais uma música do Toquinho?
Já vivi momentos lindos aí em Salvador, principalmente durante a parceria com Vinicius. Fizemos grande parte de nossas músicas inspirados por essa atmosfera mágica da Bahia. Foram situações especiais de muita descontração e alegria ao lado de amigos também especiais. Creio que se tiver oportunidade de permanecer aí por mais tempo, certamente nascerá alguma canção.

A canção mais famosa relacionada a Bahia é, sem dúvida, Tarde em Itapoan. Até hoje, em meio aos novos ritmos que tomaram conta de Salvador, se ouve essa música por aqui, principalmente na própria praia. Como foi fazer essa música? De quem partiu a ideia?
“Tarde em Itapoan” é uma de minhas melhores composições. Foi com ela que conquistei a confiança Vinicius. Um poema lindo, que eu vi, já pronto, e o Vinicius ia dar para o Caymmi musicar. Eu o convenci de deixá-lo comigo, e demorei muito para compor a melodia. Queria que parecesse que o poema tivesse sido feito para a melodia. E consegui, sem mudar uma vírgula do poema! È uma canção obrigatória em todo show.

Falando em Vinicius, é impossível pensar em Toquinho e não lembrar do Poeta, com quem passastes tanto tempo da vida e fizestes uma grande amizade. Quais ensinamentos dele você carrega contigo no dia a dia?
Além de sua coerência diante da poesia, Vinicius era muito responsável com horários e compromissos. Isso aprendi com ele. Outra coisa: ele adorava o palco, sabia como prender a atenção da plateia, a hora da conversa, a hora do uísque, da música, sempre fazendo charme. Também aprendi com ele esse domínio do palco durante o espetáculo. Ele me ensinou, inclusive, um profundo respeito pela humanidade.

Bem, você teve como principais mestres do violão o Paulinho Nogueira e o Baden Powell. Claro, adquiriu muitas das características dos dois, mas surgiu daí o seu estilo próprio. Como poderíamos definir o jeito Toquinho de tocar? E outra, o senhor tem compartilhado tanto conhecimento com algum jovem músico?
Paulinho foi meu grande mestre e um amigo inesquecível. Sempre tive Baden como um ídolo, de quem eu tentava extrair os mesmos efeitos ouvindo seus discos durante horas seguidas. Depois tornamo-nos amigos e acabamos até fazendo shows juntos. Creio que meu estilo se formou da junção desses dois incríveis violonistas, tendo ficado mais marcado pela vibração flamenca de Baden. Tive o privilégio de conviver com estes mestres e estou sempre aberto a compartilhar com os jovens aquilo que aprendi.

A sua relação com o universo musical te acompanha desde o início da sua carreira. No momento, o você está tocando algum projeto? Há novas ideias a serem aplicadas no âmbito social?
Terminei de gravar um CD e homenagem a Vinicius, junto com Paulo Ricardo.  Está praticamente pronto, faltam alguns detalhes de mixagem. Foi um trabalho ousado, diferente e criativo, mas com todo o respeito às canções de Vinicius com seus vários parceiros: Tom Jobim, Baden Powell, Carlos Lyra, Edu Lobo e eu próprio. Minha participação no âmbito social depende de oportunidades que favoreçam essa finalidade. Estou sempre pronto para efetivar, com minha música, projetos que visam a afirmação da cidadania brasileira.

Atualmente, o você aprecia alguma revelação da música popular brasileira? Caso sim, qual seria o grupo, cantor ou cantora?
Há dois instrumentistas que merecem destaque: Yamandu e Marcel Powell. Como cantoras, Tiê e Céu; e como as duas coisas ao mesmo tempo, Badi Assad.

Há pouco mais de 40 anos você desembarcava na Argentina e cantava a "Copa do Mundo é Nossa" com Vinicius de Moraes e Maria Creuza, no show feito En la Fusa, após o título mundial conquistado pela Seleção de 1970. Em 2010, você acredita que o brasileiro vai poder dizer que com ele "não há quem possa"?
São seleções totalmente diferentes, na técnica e na vibração pela vitória.
Sei lá, a atual pode até surpreender... Tomara! Curiosamente, retorno a Buenos Aires no dia 17 de abril para cantar no Luna Park.

Para finalizar, como Toquinho definiria a vida? Alguma dica de como deveríamos levá-la? A pergunta é motivada por sua vasta obra musical, que envolve, de muitas maneiras, este "simples" assunto.
A vida é bonita. É pra viver, é pra levar. Sem conflitos e com bom humor. De preferência com um violão do lado e um amor pela frente.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Mentira sua

Sou um mentiroso
E quem não é?
Minto até com uma laranja na boca
Basta escrever ao invés de falar
Pensei em mudar meu modo de proceder
Mas a solidão passaria a doer mais
Já machuca saber quem sou
A verdade é que só há mentira
Não que isso seja ruim
O que seria desse mundo sem a fantasia?
Quem dera nossos problemas fossem ficção
A noção de realidade precisa ser controlada
De maneira que haja equilíbrio
Entre o que é e o que poderia ser
Nem sempre é como queremos
Ou melhor, quase nunca é
É um trabalho do pensar
Que deve considerar a experiência
O passado tem seus defeitos
O futuro não é tão ruim assim
Presenteie-se com o presente
Não pule etapas, deixe a vida passar
Vai passar, queira ou não
A verdade é que a mentira é essencial
Ou todos mentem, ou ninguém mente
Alguém, numa época qualquer, decidiu pela primeira opção
Há como mudar?
Mentiria se dissesse que creio nisso
Dessa vez fico com a verdade de acreditar na mentira
Afinal, sou uma farsa, como muitos por aí
A verdade é que sinceridade tem dosagens de omissão
Omissão, aliás, parceira da mentira
Amigas de longa data, amantes de muito tempo
E não há quem possa saber o que digo aqui
Se uma, várias ou nenhuma mentira
Como já disse, sou um mentiroso
A confusão está feita
Jamais desfeita
As palavras sequer são minhas
A língua, muito menos
Pois é, mentir ou dizer a verdade?
Antes de tudo, saber do que se trata
Mas como, com quem, onde, quando?
Sou mentira ou verdade ou mentira e verdade
Ou nada disso
A verdade é que cansei
Muitas linhas se passaram
Versos, em caso de poesia
Só mais uma mentira, por favor
Queria mesmo é terminar logo o texto
E não encontrei um final adequado
Vai assim mesmo, coragem
Do cansaço, da preguiça
Da falta de ideia, do descaso
Coisa de quem não mentiria
Não há necessidade, é claro

Hailton Andrade

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Um papo com Osvaldo

No ano passado o Bahia vivia uma crise tremenda durante o Campeonato Brasileiro. Aí eu escrevi um texto fictício sobre o tema para publicar no iBahiaFC, blog do iBahia que atualmente é atualizado pelo excelente Elton Serra. Só que o jogo virou muito rapidamente e acabei não colocando no ar. Isso porque Jorginho chegou, o Bahia derrotou o Santos na Vila Belmiro e o time engatou uma sequência digna de elogios. A briga ainda era contra o rebaixamento, mas a poeira baixou e muito com o trabalho bem feito pelo treinador. Hoje os problemas são outros, mas não menores. Não sei porque estou lembrando disso, mas quis publicar o texto literário que escrevi na oportunidade. Taí!

Um papo com Osvaldo
- Escrito no dia 29 de agosto de 2012

Osvaldo Vida-Boa está bravo. A situação do Bahia no campeonato nacional incomoda o ex-presidente. Acostumado a ver o Tricolor de Aço brigando por títulos, ele não consegue entender essa coisa de luta contra rebaixamento. Em entrevista exclusiva ao repórter Frota Zimer, do jornal Além da Vida, ele não poupou críticas a atual diretoria do clube. Vida-Boa acha que já passou da hora do presidente Marcelo Guimarães Filho mostrar quem manda no Fazendão e colocar ordem na casa.

O Bahia está em crise. Porque você acha que o momento do clube é tão ruim?


Olha meu filho, eu não estou dentro do clube para dizer com exatidão quais as razões para tanta decepção, mas afirmo sem titubear que a culpa é de Marcelo Guimarães Filho. Um presidente não pode se omitir dessa forma em um momento tão delicado e dar uma de político, querendo pontuar lado bom da história recente do clube. Lado bom não tem. Ele tem é que assumir a culpa e dar jeito nesse negócio. O Bahia precisa estar bem sempre. O Campeonato Baiano eu cansei de ganhar. Isso aí não é pra comemorar, é obrigação. Pode até não ganhar Brasileiro, mas se for pra dar vexame é melhor fechar as portas e pedir desculpas para torcida.

Vendo o time atual, há solução imediata?

Podem me chamar de maluco, mas tá na hora de apostar nos humildes. Tô acompanhando de longe. Porém, tenho visão ampla. Se eu sou presidente hoje, afasto os jogadores que se acham mais do que outros. Tem que tratar tudo igual. Já passou da hora de alguns medalhões comerem banco. Às vezes nem precisa disso. É questão técnica mesmo. Titi, Danny Morais, Zé Roberto, Mancini... Que bola eles tão jogando? Pra mim a zaga tinha que ter Lucas Fonseca e Alysson. Jussandro é dono da lateral-esquerda e pronto. Madson voltou de contusão e tem um tal de Neto que é titular na direita. Lenine pra mim é outro que não come banco pra ninguém aí. É melhor que Fahel e Fabinho. O Bahia tá trazendo de fora jogador que poderia achar nos campos de terra de Salvador. Não entendo mais nada. Ou eu tô certo ou ficando maluco, o que é mais provável.
   
Dizem que tem panelinha no grupo. Na sua época também tinha?

Tinha, sempre teve. Mas quem mandava era eu. Se eu visse que tava prejudicando o time eu mandava tirar mesmo. Comigo não tinha essa. Podia fazer tudo fora de campo, mas tinha que resolver com a bola no pé. Hoje o cara passa a noite na rua, curtindo, e em campo não faz nada. Acabou a magia. Eu batia boca com jogador porque amava o Bahia. Dava certo. O cara arrebentava só pra me calar, depois tava me abraçando quando a gente ganhava. Aquela era uma emoção boa. Ser Bahia era alegria. Ser Bahia agora é sofrimento.

Você acha então que é hora de Marcelo Filho pedir o boné?

Nem morto eu faria isso. Agora que é hora de mostrar que é retado. Podem falar o que quiserem de mim, mas jamais podem me taxar de covarde. Caio Júnior mesmo correu do pau. Correu mesmo. Aquilo de ir com o filho para o estrangeiro é conversa. Poderia até correr, mas tinha que falar a verdade. Mas hoje o futebol tá cheio de gente medrosa. Ninguém quer falar nada. Tá faltando ousadia e sobrando covardia. Essa é a verdade.

E Paulo Angioni?

Ajudou muito o Bahia, mas agora só tá atrapalhando. Tem gente aí dizendo que o clube não tem critério para contratação. Tem sim, mas o critério errado. Além disso, não vejo ele olhando para o mercado em busca de reforço. Ele parece que só olha para um punhado de pedaço do mercado. É assim. Zé Carlos, gordo, tá fazendo gol de tudo que é jeito na segunda divisão e ele vem com Cláudio Pitbull, que tá manso faz é tempo. Sinceramente, não sei o que esse rapaz, o Angioni, quer na carreira. Ele tá prestes a acabar com ela e voltar a trabalhar com futebol em um time como o Olaria, tão grande como o ego de uma mulher maltratada pelo marido todos os dias. Ele está "olariando" o Bahia.

Para encerrar, acredita que o time consiga fugir do rebaixamento?

Tenho fé em Senhor do Bonfim, mas não tenho fé em perna-de-pau. Acredito na camisa, mas não confio em quem a veste. É triste, difícil não poder fazer nada. Torço para que fuja, mas odeio ter que fazer isso. Fugir não é coisa boa. Fugir significa que você fez alguma coisa errada. No Bahia hoje tá tudo errado. Fugir talvez não seja a solução.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Paz agitada

Me sinto só
De um jeito que dói
E a dor não passa

Pensei em remédio
Mas sequer sei de médico
Qual a cura para solidão?

Tentei família, amigos, festas e futebol
Até agora nada, nada
Sigo agonizando

Uma, duas, três, menos uma
Todas, ou não, vêem de longe
Bebo de perto, acumulo trabalho

Vivo como otário
Não quero, mas é assim
Só porque quero

Muita preocupação
Pouca ação, nenhuma paz
Salva-me...

Hailton Andrade

sábado, 19 de janeiro de 2013

Linha nº 800

Em pensar que todo dia
Eu queria escapar
Fugir dessa rotina
Poder me espreguiçar
E fazer de tudo novo
Como se fosse voar
Mas o mundo dá voltas
Nos faz voltar,
Dar valor e novamente se cansar
A estrada segue dura
Com um toque de feiura
Trajeto reconvexo
Só que o torto sou eu
A linha é minha
O número é 800
Fudeu

Hailton Andrade