quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Ben Mau

Que preguiça é essa?
Ela que existe
Só é mal compreendida
Ela que é mau

Me deleita e não me faz ejacular

Me prende na cama
Graças a ela sou tratado como rei
Os súditos clamam a favor do baiano que é o que dizem lá
Sem notar que são baianos também

Que preguiça é essa?
Ela que canta
Só é mal compreendida
Ela é mau
Bem mau...

Sua imagem estereotipada é mal explicada
Ao ponto de me fazer ter preguiça de explicar
Pois o carnaval é vindouro
E traz consigo a certeza de que até a quarta não haverá preguiça
É certo que após a obrigação gozarei o sono dos justos
No dia seguinte a história pode mudar

Surgindo uma neo-prolífica preguiça
Ou achando que madrugar é preciso
Posso tornar-me um grande escritor de um mambembe best-seller
E enfim declarar o meu amor pela menina pouco cobiçada

Talvez beije o rapaz de casaco laranja
Absinto parece-me bom

Ao som versátil que só a simpatia malemolente faz
O chover da chuva gerou-me preguiça
Que preguiça é essa?
É ela que dança
É ela que me faz dançar.

H.A. & M.A.

PS: De dois preguiçosos que idolatram o Ben.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Carta jamais enviada

Minha amada *******,

Esta é uma história sobre um presente que não pude te dar. Um objeto que diz eu te amo dando voltas através de todo oceano. Algo singelo e pequeno, mas afável como você. Eu sinto ser real, mas sinto não existir sem a realidade de você no meu coração. Juntos somos lenda, esse paradoxo me entristece e já não sei o que fazer. Nunca muda, nunca mudou. Sempre me balançou. Enquanto você não me olha, eu amo o que te amo e o que gostaria de te ver me amar. Amo cegamente com displicência, pois meu coração anestesiou minha razão. Amo completamente, sem deixar um vazio sequer. A ansiedade para te entregar esse objeto que diz eu te amo continua como a de anos atrás. Entregando-te um dia, espero ver sua singeleza no olhar, mesmo sabendo que nada mudará. Amando-te como nunca alguém amará e você nem a me olhar.

Hailton Andrade