Nada reencarna tanto no futebol como a felicidade do torcedor. Ela é mais complacente com alguns do que com outros, mas não se apega a cores e jamais há de escolher um clube em definitivo. Só se entrega a quem merece, ao time que a merece. Porém, não faz oposição a tristeza como deveria. Essa briga, aliás, não é perdida, pois sequer existe. O abatimento é soberano entre arquibaldos e geraldinos. A alegria só morre e aguarda a hora de renascer, indiferente ao algoz opressor. É fugaz e fria. Dá tudo e, quando vai embora, não deixa nada além de saudade. Já a tristeza é dada, não faz exigências, está sempre pronta para se entregar a todo mundo. Será que é isso mesmo? Pode ser que não. O estádio está cheio de alegria no meio de toda essa tristeza envolta de perigo e decepção. Talvez seja só esse momento de agonia, que levou a alegria antes viva na criatividade do escritor.
Hailton Andrade
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